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Negro não é gente
Negro não é gente, sentenciou Luzia, pouco antes da execução. Domingo de tarde, faço a leitura tardia d’O Continente, ao lado do computador que, de tanto em tanto, me informa como vai o Grenal. Em alguns momentos, volto à tela antes mesmo que me informe o lance seguinte; já em seguida, Érico me prende a…
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As palavras perdidas
Não sei precisar quando, mas perdi as palavras. De início, não percebi: sentava, iniciava um parágrafo, às vezes chegava ao segundo, e nada fluía. Logo – como acontece neste momento – sentia vontade de fugir, e fugir significava me perder pela internet ou me esquecer num jogo viciante. Passada meia hora, voltava ao texto iniciado…
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As covas
Uma imagem vale mais que mil palavras. A máxima foi novamente confirmada hoje, com a capa do Washington Post, na qual se veem dezenas de covas abertas num cemitério de São Paulo, enquanto se realiza um enterro, no qual os funcionários usam roupas de proteção.
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Pensando na quarentena
A gripe espanhola aconteceu há cem anos, e matou dezenas de milhões de pessoas (50, 100?), num mundo cuja população era de 1,8 bilhões. Morreu entre 3 e 5% da população do planeta. Hoje uma pandemia que aponta número muito menor de mortes paralisa o mundo. Para comparar, mesmo a assustadora projeção de quase 500…