Julian Assange foi preso. Expulso da embaixada do Equador em Londres, na qual estava asilado há quase sete anos, o fundador do WikiLeaks foi entregue para a polícia inglesa. Seu provável destino são os Estados Unidos, onde provavelmente será acusado por alta traição.
E não é sem motivo: há dez anos o WikiLeaks vem vazando informações sigilosas dos Estados Unidos, que revelam, entre outras coisas, métodos organizados de tortura e assassinatos, além de espionagem generalizada, incluindo suas autoridades máximas de outros países, entre as quais a toda-poderosa Angela Merkel.
O Brasil não foi exceção nessas revelações, que indicam desde escutas telefônicas da então presidente Dilma Rousseff e da Petrobrás, até articulações envolvendo José Serra e Michel Temer com interesses americanos.
Outras informações significativas propiciadas pelo WikiLeaks dizem respeito ao treinamento dado nos Estados Unidos a juízes e procuradores brasileiros, que depois vieram a ser protagonistas importantes no nosso processo político por meio de operações midiáticas.
Aliás, para quem gosta de ligar pontos, a espionagem da Petrobrás, o treinamento de juízes e procuradores e a falta de segredo destes em relação à importante ajuda recebida dos órgãos de investigação dos Estados Unidos pode ter algum significado, inclusive para compreender o propósito de criação de fundações bilionárias com o dinheiro da nossa estatal, sob a alegação de que isso foi condição imposta por aquele país.
Como se pode ver, Assange é responsável por vazamentos (de fatos) muito graves, e faz sentido que o império queira lhe imputar alta traição.
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A propósito de alta traição, vale uma frase para Lenin Moreno: o presidente equatoriano foi eleito pela esquerda, logo trocou de lado e agora cancelou o asilo dado por Rafael Correa a Assange, de modo a possibilitar sua entrega aos Estados Unidos.
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